quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Vontade


Sinto-te a aproximar e fico sem saber o que fazer. Paralisado e afónico. Tomas controlo da minha pessoa como se tivesses um controlador remoto que me comanda. O coração bate a 1000 a hora.
A tua presença tanto incomoda como me alegra. Tanto me faz rir, como ficar melancólico. A única certeza que tenho é que tens habitado a minha mente como se dela fosses dona. Do acordar ao dormir, estás presente.
Quanto mais tento que saias do pensamento, mais frequente te tornas na mente. Chega ao ponto em que visualizo a tua cara, linda e sorridente, como se à minha frente estivesses.
Fico aluado ao pensar em ti. Parado com aquele sorriso parvo de apaixonado na cara. Tem o seu quê de piada, excepto quando isso acontece em momentos inoportunos.
Embora para mim, não haja momentos para pensar em ti. És uma constante na linha do meu pensamento.
As vontades nem sempre se tornam ou podem tornar em actos. Se assim fosse, estaria a dizer-te isto cara-a-cara. Fazendo pausas para ver a tua cara a corar a cada palavra que eu digo com mais carinho. Agarrando as tuas mãos no fim, por já ter memorizado o que dizer, para no fim ficar com a cara bem encostada à tua e selar a paixão com um merecido beijo.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Sinais do Universo

Já acreditei mais no destino e na superstição do que hoje em dia. Ligava bastante aos sinais. Algo que para qualquer um seria uma simples coincidência, para mim era o equivalente a um milagre para um cristão. Acreditava que as coisas tinham uma razão de ser e ainda acredito. Apenas já não com tanta convição como antigamente.
Quem ajuda, será ajudado. Quem trata mal, será maltratado. Simples, certo? Então porque é que depois de ter bem tratado alguém que me maltratou, ainda sofro mais? Se calhar devia ter maltratado essa pessoa em resposta ao sofrimento que me provocou, mas, lá está, prefiro acreditar numa espécie de karma que atua nestas situações.
Momentos destes fazem-me perder a vontade de acreditar em sinais. Deixo de dar significado a cada pequena coisa. Torna-se tudo coincidência. Algo ordinário. Comum. Normal.
Eu não gosto do normal.






“Maybe it’s dumb to look for signs from the Universe. Maybe the Universe has better things to do—dear God, I hope it does. Do you know how many signs I’ve gotten that I should or shouldn’t be with somebody, and where has it gotten me? Maybe there aren’t any signs. Maybe a locket is just a locket, a chair is just a chair. Maybe we don’t have to give meaning to every little thing. Maybe we don’t need the Universe to tell us what we really want. Maybe we already know that deep down.”
Ted in HIMYM

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Reencontro


A incerteza de te voltar a ver deixava-me irrequieto. Mal te vi, sorri. Não me consegui conter e apesar de não o dever admitir, o meu coração teve uma mini explosão. Senti como que uma onda gigante dentro do meu corpo. O sangue a subir à cabeça numa velocidade tal que fiquei afónico.
Só quando falaste para mim e me cumprimentaste é que depois consegui verbalizar o pouco que no meu cérebro não estava rasurado. Há que pensar no que dizer e no que guardar para mim. Tanto queria estar ali e falar contigo até ao nascer do sol, como ao mesmo tempo pensava em ir embora sem nada dizer.
Luta entre cérebro e coração. Amor e razão. Vontade e paixão. Um ciclo infinito de se's que nascem no pensamento.
E com isto tudo, esvaziei o meu copo. Vou buscar a garrafa.