sábado, 28 de dezembro de 2013

Incertezas

"Pesadelos não são, pois quando se está acordado apenas se tem sonhos, dizem. Por exclusão de ideias, ter a tua pessoa na minha visão, não estando a dormir, é um sonho. Ou deveria ser, se não me deixasse desta maneira desamparada, sem ter onde me agarrar para não cair. Já considerei ser a concretização de nostalgia, mas não a dei por certa. Talvez pelo simples facto de não ter de assumir a saudade que lhe está associada. Admitir saudade, nesta altura do campeonato, seria dar a parte fraca, rebaixar a minha pessoa e até assumir que errei. Algo que não me permitiria continuar em frente sem constantemente olhar pelo retrovisor. Ou será que é precisamente isso que estou a fazer sem me aperceber? Será que é por isso que por muito que tente prosseguir, não vejo forma de avançar?
E mais uma vez fico me por aqui, por entre pressupostos não concretizados e ideias diretas e simples que se tornaram vagas. Isto tudo porque admitir o que quer que seja implicaria ter de pensar no antes, agora e depois. Não me sinto preparado para tal.
Assim me despeço e até já."

sábado, 21 de dezembro de 2013

Consciência

Fui ali comprar um bocado de humildade. Ao que parece a procura não é muita, mas é bastante valiosa e paga-se caro para a ter. O pior ainda é que não vem com o típico folheto informativo. Inventei assim por alto a posologia, pelo que pode estar assim meio para o torto, digamos.

O primeiro passo é a negação. O segundo é aceitar e admitir que algo está errado e descontrolado. Ainda não dei esse passo, mas pelo menos já levantei o pé e estou a pensar para que lado me viro para saber onde concretizar o dito passo. É um começo.
Não acho correto, mas não deixo de tentar culpabilizar alguém por ter chegado a este ponto. No entanto, agora que já comprei alguma, consigo meter a mãozinha no sítio certo e atribuir responsabilidade a quem realmente criou toda esta situação e deixou que batesse no fundo - me.

Infelizmente consigo recordar momentos de que não me recordo totalmente. A quantidade de situações que podiam ter sido evitadas é demasiada para ignorar. Problemas que surgiram de noites pouco claras. Raríssimas vezes algo de bom adveio de noites embaciadas. Pelo menos esse bom tenho-o mantido perto de mim. Mas nada é garantido e odiaria-me se até isso estragasse.

Não tenho gasto muito tempo a refletir, porque não tenho tido esse luxo. Agora que parei e pensei, toquei com a ponta dos dedos e quase que agarrei e concretizei uma conclusão. A realidade custa e não gosto de lidar com ela. É muito melhor clicar no botão e desligar tudo por umas horas. O problema é que essas horas estragam dias, semanas e até anos, sem sequer me aperceber no momento. Até porque no momento, estou offline.

Já sei por experiência própria que prometer a mim mesmo é inútil. Não adianta continuar essa ilusão. Como tal, faço-o a ti. Foste, és e quero que continues a ser uma parte integral, senão vital, da minha vida. Não é justo sentires as réplicas dos terramotos que eu crio e sofrer injustamente. E por muito que tenha procurado o teu perdão, o mal já estava feito.

Fica aqui prometido. Quer leias isto ou não. Porque sei que ao fazer-te esta promessa, vou imaginar a tua cara de sofrimento e desilusão cada vez que tiver vontade de me desligar por umas horas. A primeira vez que vi essa tua expressão é algo que recordo com dor, especialmente por ter virado as costas em vez de te abraçar, animar e ficar contigo. Tal e qual como fizeste comigo quando eu mais precisei.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Nostalgia

Anos passaram, mas ainda recordo de acordar com sorriso de orelha a orelha. Tinha tido a melhor noite da minha vida. Noite essa que, durante toda uma semana, me foi contada, idealizada ao detalhe de cada pormenor e ao ponto da perfeição. A ansiedade para sair e provar tudo o que me havia sido prometido, nem hoje consigo transcrever.
Anos passam e a memória obscurecida apenas permite relembrar flashes, alguns sentimentos e poucas palavras. Tentei durante um tempo agarrar, proteger e guardar cada pequena lembrança que ainda teimava em perdurar. Não foi em vão, mas a força tem limites e, com o tempo, também ela foi enfraquecendo. Só as melhores memórias prevalecem.
Anos passavam, mas agora parecem correr. Ou talvez seja apenas a sensação de saudade idealizada. O desejo sentimental de quem quer regressar a uma visão do passado que já não existe e que não é possível de superar a nível físico. Não dá para quantificar este desejo. A vontade de reviver uma felicidade que não existe mais.




sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Ideologia da Mudança

Setembro 2013

Tarde? Mais que tarde. Já quase se ouviam os passarinhos a cantar lá fora. Num momento repentino de ira chega o pensamento..
"Que queres de diga? Queres que diga que não? Queres que admita?
Queres que diga que o não estares comigo me é indiferente?"
Impaciente e sem escolha. Ou será que tem escolha e apenas não o sabe? Ou então tem todas as escolhas à sua mercê, mas escolhe não escolher.
A mudança pode agitar as coisas e dar para o torto. Se não escolher nada e algo mudar para pior a culpa não lhe é atribuída. Então escolhe ir com a onda em vez de nadar.

Mudar é chato, trabalhoso, incomodativo.
Mudar implica abandonar e deixar coisas para trás.
Mudar exige mais de ti do que pensas ou mais do que estavas à espera.
Mudar é necessário.