segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mudo

Como estás? Está tudo bem contigo? Que tens feito?
Só isto. Talvez um pouco mais, dependendo da resposta.
A vontade é suficiente para o escrever, mas não para carregar no Enviar.
Sinto que o devo fazer, nem que fosse por um puro descargo de consciência, mas hesito. De forma alguma quero ser mal interpretado, o que por vezes acontece. Tenho em mim que a facilidade em me expressar surge naturalmente, excepto quando a ti me dirijo. Quer por escrita ou verbalmente. Faltam-me, em demasia, as expressões, as palavras, as preposições, os substantivos e até verbos. Crias em mim um impedimento de falar que me tira do sério. Sinto-me quase mudo e o medo de não me verbalizar da maneira exacta que penso, e que quero que me entendas, faz-me ponderar num ponto em que pensar vinte vezes não é aceitável.
Então calo-me. Fico-me pela ignorância de não puder saber de ti.
Tudo isto quando gostava apenas de partilhar contigo o quotidiano habitual.