terça-feira, 3 de setembro de 2013

Monólogo

És tu que estás a olhar para mim ou sou eu que estou no teu campo de visão? Fico indeciso. Olho para ti, mas não te vejo. Não és tu. Lembras-me alguém do passado que se parecia contigo. A mudança é perceptível e nem tu discordas comigo. Assim que abro a boca, dizemos ao mesmo tempo "Mudaste!". Ao menos nisso estamos de acordo.
Vejo o meu passado em ti embora não te reconheça. Fico intrigado com este acontecimento e questiono-me se o fizeste por querer ou se nem tu notaste à medida que te ias modificando. Não viste os sinais? Não percebeste quando alguém tentava, subtilmente, dar-te a percebê-lo? Ou será que sabias perfeitamente que te estavas a estragar e ignoraste cada sinal de perigo que te aparecia à frente? Pensando bem, sempre foste um bocado masoquista.