terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Boa Noite

As últimas palavras. Há quem lhes dê extremo simbolismo. Há quem não ligue patavina a isso.
Há quem não consiga adormecer sem dizer "Boa noite" à sua outra metade. Há quem chega à cama e começa logo a ressonar.
O valor que cada um dá a essas palavras varia bastante. Vá, exceto aqueles momentos diferentes, para não dizer especiais. Já gostei mais da expressão "especial". Hoje em dia é banal.

Lembro-me das últimas palavras que a minha avó me disse.
Lembro-me dos últimos momentos que tive com os que me são mais próximos. Com os que já me foram próximos. Por vezes até das últimas conversas que tive, ou pelo menos das mais marcantes.
Lembro-me das últimas palavras carinhosas que proferi a cada pessoa que entrou ou passou pela minha existência.
Lembro-me da última palavra de amor sentida que ouvi.

Tenho uma certa tendência para isto. Há coisas que me ficam na memória e custam a sair. Não que eu as tente esquecer. Se há coisa que aprendi é que quanto mais se tenta esquecer alguma coisa, mais difícil se torna. É como tentar pensar em não pensar em nada.

2 comentários:

  1. Não penso que sejam as últimas palavras. São as eternas. São as que marcam. As que ficam. É um valor que não existe por si mas que existe em nós e na carga que lhes damos. Primeiras ou últimas, se bateram não dão para esquecer.E quão bom seria esquecer, às vezes...
    Gostei muito do texto!

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    1. Obrigado Marina! Foste ter à mesma maneira de pensar que eu tive. Há as que ficam e as que se esquecem. Há aquelas que merecem ser lembradas e aquelas que gostávamos de esquecer..

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