terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Uma ferida aberta

Eu já estava bem. Sentia-me curado. Tinha ultrapassado o medo, a dor, o sentimento. Já não eras o centro do meu pensamento a cada cinco minutos. Mas nada dura para sempre. Nem a ligação nem a distância que se criou. Reapareceste.

Foi como se alguém tivesse arrancado a crosta do corte profundo que me fizeste. O problema é que esse alguém fui eu. Sempre gostei de arrancar as crostas das feridas que fiz. Tantas vezes que maior parte deixavam cicatriz. Marcas para toda a vida.

Marcaste-me, e disso não existem dúvidas. Mas já é altura. É altura de deixar esta ferida sarar e deixar a crosta sair por ela própria. É isso que eu quero. É isso que eu preciso. É isso o melhor. É o que me vai no pensamento.

E é precisamente o contrário do que eu faço, pois já arranquei a crosta outra vez e a ferida voltou a abrir e já sangra. Sangra com cada bater do meu coração. Batimentos acelerados, por tua culpa.

Agora só resta esperar. Talvez alguém venha tratar desta ferida. Talvez ela se cure sozinha. Talvez eu trate de mim próprio e não volte mais atrás.

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