quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Dezassete do Nove

Tenho imensas saudades tuas! Apetece gritar essas quatro palavras até tu as conseguires ouvir aí tão longe.
Tudo começou quanto disseste que eras capaz de ir para fora. Não me atingiu muito porque ainda havia a incerteza. Passado umas semanas chegou a confirmação. Senti um calafrio quando me disseste que ias mesmo. Foi aí que, talvez desesperadamente, me aproximei de ti. Mas no fim a distância aumentou. Tiveste que ir, eu sei. Por ti ficavas cá. Comigo e com todos os outros que te fazem sentir em casa! Que te irão fazer sentir em casa quando cá voltares! Volta rápido.
Hoje dei por mim no carro na pose do costume: óculos de sol, auriculares nos ouvidos, a olhar pela janela e a levar com o vento na cara. "Hoje é o meu dia", corria-me pela mente. No entanto olhei para o lado e senti a falta de algo. Senti a tua falta. Foi tão forte e tão de repente que não aguentei. O calor era tanto que as lágrimas secavam antes de lhes sentir o seu sabor salgado no canto da boca. Ninguém viu. Ninguém notou. Não me contive, mas o rádio alto e os óculos disfarçaram a minha emoção.
Depois do sucedido acalmei. Pensei ter sido um desabafo emocional repentino. Talvez tenha sido exatamente isso, mas o que eu tomo como certo é a força com que isso me atingiu. Senti-me inseguro e prestes a cair a cada passo possível de dar. Senti-me desamparado e sem aquela segurança dita normal de existir a cada situação leviana da vida. Lá está, senti a tua falta. A tua presença era tão normal e segura que, de certa forma, tinha sido tomada como garantida. Agora vejo e sinto que não. Dizem que é o chamado "crescer". Senti e cresci. Pena que tenha sido preciso esta chapada psicológica para tal. Acaba por ser mais uma numa vida de estaladas!

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