Uma bolacha. Uma no meio de muitas ainda na caixa das bolachas. Devem ter sido compradas recentemente, pois não as tinha visto ainda. Se soubesse não teria sido tão grande o choque.
Sempre gostei da minha memória e da capacidade de preservar momentos, frases, palavras e actos. Há coisas que nem uma fotografia ou vídeo conseguem guardar.
Um olhar bastou e o meu pensamento ficou dominado com aquela memória e tudo o que com ela foi preservado.
A sensação de conforto que se tem ao acordar de manhã. O calor da cama que foi aquecendo durante a noite. Saber que mesmo ao lado está aquela pessoa que adormeceu agarrada a ti. Cujas palavras te fizeram adormecer e agora ao ouvir Bom dia te fazem espreguiçar e esticar subtilmente para um abraço matinal.
Findo o abraço, uma leve comichão nas costas. Migalhas. Ao chegar à cama na noite anterior, alguém teve fome e decidira fazer piquenique na cama. E logo a seguir deparo-me de novo com a caixa das bolachas. A viagem pelo passado acabou.
Uma bolacha e o pensamento divagou. Horas de memórias relembradas em menos de um segundo, mas com todo o sentimento e paixão que tiveram no passado.
Sem comentários:
Enviar um comentário