sábado, 21 de dezembro de 2013

Consciência

Fui ali comprar um bocado de humildade. Ao que parece a procura não é muita, mas é bastante valiosa e paga-se caro para a ter. O pior ainda é que não vem com o típico folheto informativo. Inventei assim por alto a posologia, pelo que pode estar assim meio para o torto, digamos.

O primeiro passo é a negação. O segundo é aceitar e admitir que algo está errado e descontrolado. Ainda não dei esse passo, mas pelo menos já levantei o pé e estou a pensar para que lado me viro para saber onde concretizar o dito passo. É um começo.
Não acho correto, mas não deixo de tentar culpabilizar alguém por ter chegado a este ponto. No entanto, agora que já comprei alguma, consigo meter a mãozinha no sítio certo e atribuir responsabilidade a quem realmente criou toda esta situação e deixou que batesse no fundo - me.

Infelizmente consigo recordar momentos de que não me recordo totalmente. A quantidade de situações que podiam ter sido evitadas é demasiada para ignorar. Problemas que surgiram de noites pouco claras. Raríssimas vezes algo de bom adveio de noites embaciadas. Pelo menos esse bom tenho-o mantido perto de mim. Mas nada é garantido e odiaria-me se até isso estragasse.

Não tenho gasto muito tempo a refletir, porque não tenho tido esse luxo. Agora que parei e pensei, toquei com a ponta dos dedos e quase que agarrei e concretizei uma conclusão. A realidade custa e não gosto de lidar com ela. É muito melhor clicar no botão e desligar tudo por umas horas. O problema é que essas horas estragam dias, semanas e até anos, sem sequer me aperceber no momento. Até porque no momento, estou offline.

Já sei por experiência própria que prometer a mim mesmo é inútil. Não adianta continuar essa ilusão. Como tal, faço-o a ti. Foste, és e quero que continues a ser uma parte integral, senão vital, da minha vida. Não é justo sentires as réplicas dos terramotos que eu crio e sofrer injustamente. E por muito que tenha procurado o teu perdão, o mal já estava feito.

Fica aqui prometido. Quer leias isto ou não. Porque sei que ao fazer-te esta promessa, vou imaginar a tua cara de sofrimento e desilusão cada vez que tiver vontade de me desligar por umas horas. A primeira vez que vi essa tua expressão é algo que recordo com dor, especialmente por ter virado as costas em vez de te abraçar, animar e ficar contigo. Tal e qual como fizeste comigo quando eu mais precisei.

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