segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Introspeção

Já faz tempo que andava a precisar deste desabafo. Anda cá. Senta-te à minha frente. Não há forma melhor de dizer isto, por isso cá vai: temos de falar.

Mete a mão na cabeça. Vai ver o histórico no facebook, vê fotos antigas. E depois disso pensa. Pensa bem. Pensa melhor. Já está? Se achas que sim, estás errado. Se achas que não, continuas errado. Achas que chegaste a uma conclusão, mas ao fim de contas apenas geraste uma solução entre muitas possíveis para um hipotético problema que ainda não existe em concreto. Se é que seria um problema.
Não podes adivinhar. Não devias tentar sequer. Afinal de contas mudaste e não foi pouco! Neste momento, olhar para o passado e tentar adivinhar o futuro é inconcebível. Quem tu foste não tem de ditar quem tu vais ser. As decisões que tomaste não têm de ter o mesmo desfalque nas tuas escolhas do presente.

Há aqui algo que tenho de te deixar bem assente. Até porque desconfio que já te apercebeste do quanto tentas agradar a tudo e todos só para não teres de lidar com este teu grande defeito que, em parte, não é mais do que um medo de rejeição: Não é nada fácil gostar de ti.
No entanto, lá aparecem aquelas personagens que te conseguem aturar. Ou vêm para além disso ou têm também problemas e empatizam ou nem se apercebem desse teu defeito de fabrico graças a uma dessas tuas máscaras que pões diariamente. Pessoas raras que merecem ver o teu interior desprotegido e as cicatrizes que tens acumulado desde a tua primeira lágrima.

Pensa de novo. Só isso. Pensa e continua a pensar. Não tires conclusões, porque isso não te vai adiantar muito. Apenas te vai por a realizar e dirigir filmes que podem nem chegar a estrear. Vê bem onde metes os pés antes que magoes alguém, mas não te atrevas a por de lado a tua liberdade, saúde e felicidade.

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