quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Música

Anos passaram desde que ouvi a música pela primeira vez. Recordo as emoções que em mim despoletou, pelo som, pela letra, pela emotividade do cantor. Adorei e cheguei mesmo a decorar cada verso e palavra. Cantarolava-a diariamente. Acabou por ser posta de lado, por motivos diversos, e já há uns bons três anos que não a ouvia. Surgiram outras, não melhores, mas diferentes.
Os tempos mudam constantemente e, como tudo, têm também altos e baixos. Tanto se mantêm planos como de repente surge um precipício. Acontece e pouca influência se tem nessas mudanças. Ultimamente, eu tenho bem noção, tem havido uma montanha russa toda ela desequilibrada. Entre subidas íngremes e curvas a cento e oitenta graus, sem nunca haver uma sinalização prévia dessas bruscas e brutas variações no caminho.
Foi do nada, sem pedir com licença. Emergiu no meio de centenas de pensamentos e ficou presa na superfície. De início apenas o som, a melodia. Minutos depois, a letra. Essa tão nostálgica letra com que me identificava tanto na altura como no presente. Talvez até mais no presente - a experiência de vida ajuda sempre. Desde então, há coisa de semanas, o cantarolar dessa cantiga integrou-se no quotidiano e por aí ficou. Cada verso mais forte recordado por entre andanças comuns do dia. Pelo meio, uma vontade controlada de querer partilhar essa tão doce melodia que me andava a acompanhar, que na incerteza de não ser aceite, acabava por ficar apenas no pensar.
De novo, sem qualquer advertência, surgiu de novo. Lá estava ela, bela e cativante como da primeira vez, sem que eu tivesse pedido ou feito por tal. Mais uma curva apertada e a descer na montanha russa. Uma sincronização de eventos coincidentes levados a um expoente que, através de uma música apenas, conseguiram parar o tempo.

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