segunda-feira, 7 de julho de 2014

Silêncio

Angustiante é dizer pouco. A falta de manobra que me impões, não só me acorrenta como me rouba o ar. Fazes-me questionar cada passo que dou antes de sequer pensar em me levantar. Impedes qualquer movimento instintivo que possa ter e obrigas-me a ponderar cada palavra antes de a pronunciar. Querendo ou não, controlas-me por completo e desnorteias-me, coisa que tu sabes me destrói por dentro.
Preocupante não descreve metade. Sabes bem da minha fragilidade interior e do quão bem a tento proteger bem guardada do exterior amargo e traiçoeiro. Ris-te para mim, ou de mim, não sei bem porquê. Sei sim que me deixas a estremecer, desequilibrado e desprovido de qualquer meio que me permita alcançar alguém próximo. Ocupas-me na íntegra e não pareces ter intenções de partir.
Constringente chega lá perto. A força que me obrigas a usar para respirar sem hiperventilar, nega qualquer mísera e remanescente vivacidade que possa persistir em mim. O custo que me é coagido reivindica juros à noite e submete o antes sagrado período de descanso, à continuação do flagelo que durante o dia se tem tornado singelo. Vais-me assolando aos poucos por dentro, e receio em saber se tens consciência disso.

Sem comentários:

Enviar um comentário